Nanette Blitz Konig
nasceu em 6 de abril de 1929, em Amsterdã, Holanda, filha de Martijn Willem
Blitz e Helene Victoria Davids. Ela tinha um irmão mais velho chamado Bernard
Martijn nascido em 1927. Também teve um irmão mais novo, Willem, nascido em
1932 e que faleceu em 1936. Sua família era de origem judia e seu pai
trabalhava no Banco de Amsterdã. A partir de 1940, quando os soldados alemães
chegaram a seu país. Foram cerca de três anos de apreensão até uma manhã de
setembro de 1943, quando as batidas na porta anunciaram que chegara a vez
deles. Eles sabiam que seriam levados a algum campo - se de extermínio ou de
trabalho forçado não tinham ideia. E aí começa o fim da história dessa família
(pai, mãe, uma menina de 14 anos, um menino de 16) de origem judaica, mas não
muito religiosa, que seria exterminada, como tantas outras, pelo capricho de
Hitler. No início de outubro de 1941, os alunos judeus tinham que frequentar
escolas separadas e é nessa ocasião que Nanette torna-se colega de classe
de Anne Frank, no Liceu Judaico.
Nanette não sabe
como, mas aguentou firme até o final. Quando os ingleses libertaram Bergen-Belsen,
ela pesava 31 quilos.
Mas nada disso importou no reencontro em
Bergen-Belsen. Anne, cheia de piolhos, nua e enrolada num cobertor, um
esqueleto a poucas semanas de sua morte, deu um abraço emocionado na amiga.
Elas conversaram, deram apoio uma à outra. Nanette não se lembra bem se o
encontro anterior das duas tinha sido na festinha de 13 anos de Anne, quando
ela ganhou o diário do pai e um broche dela, ou se foi na escola. E por ter
sido uma das últimas a estar com a garota no campo, e por lembrar vividamente
desses encontros, contados agora em seu livro de memória, ela virou personagem
de “Lá Fora, A Guerra: O Mundo de Anne Frank”
Em 2015 escreveu “Eu Sobrevivi ao Holocausto” , o
livro tem um intertítulo mais comercial: “O Comovente Relato de Uma das
Últimas Amigas Vivas de Anne Frank”. Não que elas fossem de fato próximas
enquanto estudavam no Liceu Judaico. No dia 15 de junho de 1942, nas primeiras
páginas do diário que ficaria famoso depois da guerra, Anne escreve sobre
Nanette, que fala muito e não é engraçada. Vive mexendo no cabelo da gente ou
tocando em nossos botões quando pergunta alguma coisa.
Tem desenvolvido, desde 1999, um trabalho de
divulgação pela memória das vítimas do Holocausto, participando em conferências
para contar a sua história e a dos judeus na Segunda Guerra Mundial.
Nanette Blitz Konig nasceu na
Holanda e é uma sobrevivente do Holocausto. Vive no Brasil, em São Paulo, desde
o final da década de 1950. Foi aí que recomeçou a sua vida e reconstruiu uma
família com o marido e os filhos, sem nunca esquecer os pais, que perderam
a vida no campo de concentração de Bergen-Belsen, e de quem não se pôde
despedir.
Confira uma reportagem feita pelo "Estadão", sobre essa grande mulher guerreira:
https://youtu.be/VwwmhVFbzA8
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