quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Relação entre Anne e Peter

No começo da relação não amorosa de Peter e Anne, ela achava-o bastante tímido, gentil, enfadonho, sem graça alguma, aborrecido e mandrião (preguiçoso), e ela fez questão de deixar isso bem claro no diário.                 

Quando a paixão começou a se alastrar, em 1944, Anne deu seu primeiro beijo com ele. Ela cita isso em uma das páginas do diário:
-Texto copiado do diário de Anne Frank com modificações-

"16 de Abril de 1944
Querida Kitty:
Peço que nunca esqueça do dia de ontem, por ser um dia muito importante na minha vida. Ou não é importante para uma menina receber o seu primeiro beijo? E eu não sou diferente das outras. O beijo que o Bram me deu uma vez na face direita não conta, e o beijo na mão de Mr. Walker também não. Agora vais ouvir como recebi meu primeiro beijo:
- Ontem, às oito horas, estávamos Peter e eu, no quarto dele, sentados no sofá.- Se pudesse chegar mais um pouco para lá, - disse-lhe, - eu não dava com a cabeça contra a estante.
Ele recuou quase até ao cantinho. Passei-lhe o braço à volta da cintura e ele abraçou-me. Já tínhamos estado assim muitas vezes, mas talvez não tão próximos um do outro. Ele não descansou enquanto não deitei a cabeça no seu ombro e depois inclinou a cabeça sobre a minha. Quando, passados cinco minutos, me ia endireitar, tomou-me a cabeça entre as mãos e apertou-me, de novo, contra ele. Oh! Foi maravilhoso, eu não consegui falar, só pude viver o momento. Um pouco desajeitado, acariciou-me a cara e o braço, brincou com os meus cabelos e assim permanecemos com as cabeças muito juntas.
Não posso descrever-te a minha emoção. Eu estava tão feliz e creio que o Peter também. Às oito e meia nos levantamos e ele calçou as sandálias de ginástica para fazer a ronda pela casa com menos ruído possível. Eu estava ao seu lado. Não sei dizer exatamente como aquilo aconteceu, mas ao descermos, ele beijou-me o cabelo, muito junto da orelha esquerda.
Corri para baixo sem me virar e… e só queria que já fosse mais logo, à noite.

 Sua Anne"
E um dia depois fica pensando se seus pais aprovariam seu namoro com Peter:


“Você acha que papai e mamãe aprovariam uma garota da minha idade sentada num divã e beijando um rapaz de dezessete anos e meio? Duvido que aprovassem, mas tenho de confiar em meu próprio julgamento nessa questão. É tão pacífico e seguro ficar em seus braços e sonhar, é tão emocionante sentir seu rosto encostado no meu, é tão maravilhoso saber que há alguém esperando por mim!”
Diário de Anne Frank, 17 de abril de 1944.

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